Foto: Sergey Novikov | Canva
Nos últimos dias o tema da “mordida cruzada” pipocou pela rede. Um ex-participante de reality show precisou fazer um tratamento de correção e choveram comentários e dúvidas. Por isso, hoje vamos explicar o que é a mordida cruzada e porque tratar o problema é fundamental.
A mordida cruzada nada mais é do que o desalinhamento dos dentes. Isto é, ao morder, um ou mais dentes das arcadas inferior e superior não se encaixam corretamente.
Muito mais do que a boca torta e uma questão estética, a mordida cruzada é um problema de saúde, porque pode provocar outras comorbidades e efeitos negativos.
A principal causa do distúrbio é hereditária. Ou seja, quando a genética faz com que o osso da mandíbula fique mais largo do que o superior, deixando os dentes desalinhados. No entanto, outros fatores externos podem levar ao problema.
A mordida cruzada normalmente começa na infância, por conta do uso prolongado de chupetas e mamadeiras ou pelo hábito de chupar dedo. São condições que levam a alterações musculares e funcionais na face, pois fazem com que o céu da boca se desenvolva menos.
Anomalias de desenvolvimento nos ossos do maxilar, respiração pela boca, doenças ósseas congênitas, postura incorreta e a perda dos dentes também são condições que favorecem o aparecimento da mordida cruzada.
A longa permanência dos dentes de leite e o hábito de roer tampas de caneta e unhas também podem resultar na mordida cruzada.
A mordida cruzada pode levar a uma série de problemas bucais mais graves. Entre eles, sensibilidade, desgaste irregular do esmalte e tensão muscular, além de facilitar o surgimento de cáries, já que é mais difícil escovar corretamente os dentes tortos.
Crianças e adolescentes, por exemplo, podem apresentar disfunções na fala, na respiração e na mastigação decorrente do mau desenvolvimento dos ossos da face.
No caso dos adultos, os sintomas podem ser ainda mais graves. Eles podem sentir dor de cabeça e zumbido nos ouvidos, apresentar maior desgaste dos dentes, ter aumento da retração da gengiva, além da perda e fraturas de dentes.
O bruxismo e o comprometimento das articulações da face também estão entre os possíveis danos ocasionados pela mordida cruzada.
Após o diagnóstico, o tratamento deve ser aplicado o mais breve possível, com a finalidade de evitar outros problemas bucais.
Em geral, são três os tratamentos mais utilizados para a mordida cruzada.
O ideal é que a terapia comece ainda na infância ou na adolescência, enquanto os ossos ainda estão em formação.
Este é o tratamento mais comum para o alinhamento dos dentes. Consiste no uso de um dispositivo que atua na movimentação dos dentes.
O tempo de tratamento irá variar conforme a condição de cada paciente, podendo durar meses ou anos. A média de tempo de uso do aparelho dentário é de cerca de três anos.
Esse tratamento é mais indicado para as crianças. É fixado um aparelho no céu da boca que age expandindo o palato.
Seu uso na infância é mais fácil porque ocorre enquanto a musculatura e os ossos ainda estão em desenvolvimento. No entanto, também é possível recorrer a este recurso na fase adulta, conforme o grau do problema de cada paciente.
É o tratamento mais invasivo, porém o mais indicado para os adultos. É um procedimento em que o cirurgião realiza o reposicionamento dos maxilares.
Caso o problema da mordida seja isolado, o ajuste pode ser feito com uma prótese fixa.
Caso tenha percebido alguns dos sintomas relatados acima ou quer saber se você tem a mordida cruzada, procure um ortodontista. Ele é o dentista especializado e capacitado para fazer o diagnóstico do problema.
Para todos os tratamentos, é indispensável consultar com um cirurgião-dentista.