Normalmente quando se fala em temperatura dos alimentos e saúde dos dentes as pessoas lembram de líquidos gelados e da sensibilidade nas arcadas. De fato, este é um sintoma bastante comum de sensibilidade. Mas neste texto vamos falar sobre alimentos quentes e a saúde bucal.
Em uma reportagem publicada no site UOL, o endodontista Marcos Moura, membro da Associação Brasileira de Halitose, fala dos riscos de alimentos excessivamente quentes. Reproduzimos sua declaração na notícia veiculada na seção Viva Bem, do portal UOL.
"O calor excessivo sobre a mucosa oral, por exemplo, provoca uma descamação, que, se for contínua, pode levar no longo prazo a uma lesão cancerígena. Seria o mesmo efeito do sol sobre a pele", aponta.
Lembre-se! Em caso de ingestão de alimentos muito quentes procure atendimento médico nos casos de urgência. Mas se você ficou com uma pulga atrás da orelha, converse com seu dentista nas suas consultas de rotina.
Leia o artigo na íntegra para saber mais sobre o tema.
Alimentos líquidos, por sua fluidez, tendem a ser mais perigosos se ingeridos a temperaturas altas. Dentre eles, leite, café, vinho quente (quentão), alguns chás e chocolates quentes são especialmente danosos se consumidos a altas temperaturas.
Há também as refeições muito condimentadas ou salgadas que igualmente alteram o equilíbrio da boca, aumentando a acidez estomacal e podendo gerar impactos na boca.
Muito raros são os episódios de queimadura como alimentos muito gelados, mas eles são igualmente possíveis. Os efeitos na saúde da boca são similares às queimaduras com líquidos quentes, mas são mais difíceis de ocorrer pois para que haja a queimadura é preciso um tempo maior de exposição às baixas temperaturas.
Um dos efeitos negativos mais comuns da alimentação excessivamente quente é a queimadura no palato (céu da boca) e língua, experiência que a maior parte das pessoas já experimentou.
Mas não é só isso, há consequências mais graves. Conheça algumas doenças que podem estar associadas a ingestão contínua de alimentos muito quentes.
Câncer no esôfago: alimentos muito quentes aumentam o risco de câncer de esôfago, sobretudo os líquidos – como chás, chimarrão, cafés – quando ingeridos de forma constante e a altas temperaturas;
Doenças estomacais crônicas: o uso contínuo de bebidas em altas temperaturas podem causar lesões no estômago, cujo estágio inicial nem sempre apresenta sintomas. Não está descartada a possibilidade de lesões em outros órgãos do sistema digestivo, mas estas são mais raras pois os alimentos tendem a perder calor quando passam de um órgão a outro.
No caso de doenças crônicas, causadas pelo consumo prolongado de alimentos excessivamente quentes, o tratamento deverá ser indicado por um médico. Por isso a importância da visita regular ao dentista e do check up anual com seu médico de confiança.
Porém, nos casos emergenciais, quando alguém se queima em casa por um descuido, algumas medidas podem ser tomadas. Queimaduras mais leves, as chamadas “queimaduras de primeiro grau”, tendem a se curar sozinhas, sem a necessidade de tratamentos mais longos.
Já aquelas de segundo e terceiro grau podem causar danos mais sérios e é necessário um tratamento com medicamentos, cuja avaliação e prescrição medicamentosa deve ser feita por um médico.
Em primeiro lugar é importante fazer uma autoavaliação da queimadura. Se você consegue falar e se alimentar, ainda que com um pequeno desconforto, esta deve ser uma queimadura leve.
Nestes casos é importante manter uma dieta com alimentos que não causem irritação na mucosa da boca, como os crocantes e os cítricos. Procure fazer bochecho com água fria, por, mais ou menos, três minutos e se alimente com iogurtes ou sorvetes não muito gelados, pois ajudarão a diminuir a sensação de dor.
Enquanto estiver com a boca sensível, evite enxaguantes bucais e caso os sintomas permaneçam ou você desconfie que a lesão pode ser mais séria, procure atendimento médico.